O Hinduísmo e o surgimento da prática meditativa

A primeira menção textual sobre a Meditação pode ser encontrada em uma escritura hindu datada do séc. VII a.C., que buscava refletir sobre a natureza da consciência humana. Este texto é o Bṛhadāraṇyaka Upaniṣad e ele é um marco na literatura filosófico-religiosa indiana, pois inicia um questionamento sobre a existência humana diferente dos textos ainda mais antigos do Oriente, os Vedas, que já versavam reflexivamente sobre a existência e a natureza, mas ainda estavam muito focados nos rituais da religiosidade indiana antiga.

Os Upaniṣads surgem dentro do Hinduísmo com um foco maior nesta descoberta da natureza do Eu (Si-mesmo) ou, como dizia-se, da “verdade interior” (Flood, 2013). Reverberações desta visão mais profunda sobre a consciência humana irão influenciar nos milênios seguintes a filosofia budista Theravada, Tibetana e o Zen, e até as ciências da saúde a partir da elaboração do primeiro protocolo de Mindfulness de Jon Kabat-Zinn em 1979 na Universidade de Massachusetts.